quinta-feira, 19 de junho de 2008

Síntese-reflexiva do livro: Pedagogia da Autonomia

A obra Pedagogia da Autonomia- Saberes necessários à prática educativa do autor Paulo Freire está dividida em três capítulos, que são:
*Não há docência sem discência;
*Ensinar não é transferir conhecimento;
*Ensinar é uma especificidade humana;
Nesses capítulos são abordados em uma linguagem acessível, diversos temas, sendo estes os saberes necessário a para promover o desenvolvimento da autonomia de educadores e educandos.
Freire nos aponta a uma prática educativa-crítica fundamentada numa ética pedagógica e numa visão do mundo alicerçadas em rigorosidade, pesquisa, criticidade, humildade, tolerância, bom senso, alegria, competência...
Condena as mentalidades fatalistas que se confortam com a ideologia imobilizante de que a “realidade é assim mesmo e nada se pode fazer”. Para Paulo Freire educar é construir, é libertar o ser humano das cadeias do determinismo neoliberal, reconhecendo que a História é um tempo de possibilidades.
O autor aponta que ensinar é algo profundo e dinâmico onde a questão da identidade cultural que atinge a dimensão individual, e a classe dos educandos são essencial à prática educativa progressista. Torna-se necessário a solidariedade social e política para se evitar um ensino autoritário com quem tem o exclusivo saber articulado.
Freire salienta constantemente, que educar não é mera transferência de conhecimentos, mas conscientização e testemunho de vida, senão não terá eficácia.
Igualmente, para ele, educar é como viver, exige a consciência do inacabado, é tempo de possibilidades.
Segundo Freire o educador que tira a curiosidade do educando em nome da eficácia da memorização mecânica do ensino dos conteúdos, tira também a liberdade do educando ,a sua capacidade de aventurar-se. A autonomia, a dignidade e a identidade do educando têm que ser respeitada, caso contrário, o ensino torna-se “inautêntico, palavreado vazio e inoperante” (pág. 69). E isto só é possível, tendo em conta os conhecimentos adquiridos de experiências feitas pelas crianças e adultos antes de chegarem à escola.
Freire aborda sobre a idéia de coerência profissional, que indica que o ensino exige do docente um comprometimento existencial, no qual nasce a autêntica solidariedade entre educador e educandos, pois ninguém se pode contentar com uma maneira neutra de estar no mundo. Coloca ainda, que ensinar por essência, é uma forma de intervenção no mundo, uma tomada de posição, uma decisão, por vezes até uma ruptura com o passado e o presente.
Paulo Freire fala de educação por intervenção referindo-se a mudanças reais na sociedade, no campo da economia, da propriedade, à saúde...
Enfim, a obra é fundamentada na ética, no respeito à dignidade e à própria autonomia do educando, e a contra qualquer forma de desumanização.
Os princípios declarados por Paulo Freire respeitam o educando, porque respeitam a sua leitura de mundo como ponte de libertação e autonomia de ser pensante e influente no seu próprio desenvolvimento.

Analise Crítica
A obra traz uma reflexão perante a educação como um todo e propõe uma prática educativa essencial para resolver os problemas que afetam a educação.
Essa prática educativa tem como base a alegria, a esperança, a ética, a estética, a liberdade, a autoridade, a competência e consciência, onde assim se pode realizar uma prática educativa que transforma educadores e educandos e liberta seu pensamento de tradições desumanas e lhes garante autonomia para construção de uma sociedade democrática que a todos escolhe, respeitam e acreditam que todos tem capacidade.
Sendo assim, a leitura desse livro é muito significativa, pois te faz enxergar certas práticas muitas vezes esquecidas e que tem relevante importância para educação em nossa sociedade.

2 comentários:

Nadie Christina disse...

Oi Carem, está ótima a tua reflexão-crítica. Sinteza muito bem os principais conceitos abordados na obra. Vou deixar uma pergunta para valorizar o teu "ser pensante": Existem relações entre a educação proposta pelo autor e a interdisciplina Seminário Integrador? Ou entre as atividades propostas neste eixo? É possível perceber conexões entre as atividades, no sentido de valorizar a curiosidade e autonomia? Se isto não ocorre, quais os fatores que contribuíram para este entendimento? Só para pensares e quem sabe ajudar na reflexão-síntese...
Um carinhoso abraço,
Profa. Nádie

Ismael disse...

Tirando uns errinhos de português aí no texto, a síntese parece muito boa. Parabéns.